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Pesquisadores estudam cicatrização de ursos hibernantes

Em uma pesquisa publicada na revista Integrative Zoology, pesquisadores norte-americanos concluíram que os ursos pretos têm uma capacidade surpreendente de se curar enquanto hibernam. O estudo verifica se o fenômeno pode se aplicar em humanos.

Pesquisadores médicos e zoólogos trabalharam juntos para descobrir que as feridas dos ursos se curam com quase nenhuma cicatriz, e livres de infecções.

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Os cientistas esperam, eventualmente, descobrir exatamente como os corpos dos ursos se curam, enquanto sua temperatura corporal, frequência cardíaca e metabolismo são reduzidos. Isto poderia ajudar estudos de cicatrização de feridas em humanos.

Os resultados do estudo, publicados na revista Integrative Zoology, são de particular relevância para pesquisadores médicos que desejam melhorar a cicatrização lenta e as propensas infecções nas feridas em idosos, pacientes desnutridos ou diabéticos.

Este estudo foi parte de um projeto de cientistas das Universidades de Minnesota, Wyoming e do Departamento dos Recursos Naturais de Minnesota, nos EUA, que rastrearam mil ursos negros, a fim de monitorar sua saúde e comportamento, por 25 anos.

Enquanto rastreavam os ursos – usando colares de rádio – os pesquisadores notaram alguns primeiros indícios de suas habilidades de cura surpreendentes.

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A equipe registrou os detalhes no artigo: “Nós identificamos alguns animais a cada ano com lesões decorrentes de tiros ou flechas de caçadores; marcas de mordidas de outros ursos ou predadores. Essas feridas foram consideradas como tendo sido efetuadas algum tempo antes de os ursos se entocarem, e muitas vezes foram infectados ou inflamados no início do inverno.”

“No entanto, normalmente, quando revisitamos suas tocas, alguns meses depois, a maioria dos ferimentos tinham resolvido completamente se não [limpamos], suturamos a área ou administramos antibióticos."

Para testar as habilidades de cura do urso, a equipe cuidadosamente monitorou a cicatrização de pequenos cortes na pele de 14 de seus ursos monitorados no norte de Minnesota.

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Entre novembro (quando os ursos se estabeleceram em suas tocas) e março (cerca de um mês antes deles acordarem) os ferimentos haviam sido curados com "evidência mínima de cicatrizes".

Somado a isso, não havia sinais de infecção, as camadas de pele danificada se reconstituíram e, em muitos dos ursos, cresceram pêlos a partir de folículos recém-formados no local dos ferimentos.

Um dos pesquisadores, o professor David Garshelis da Universidade de Minnesota, falou sobre o resultado do estudo à BBC Nature: "Parece tão surpreendente para nós que as feridas se curam tão bem e tão completamente quando eles estão hibernando e seu metabolismo é mais lento. Mas, os animais tiveram muitas outras notáveis ​​adaptações à hibernação".

"Eles se deitam por seis meses e não perdem nenhuma massa apreciável de musculatura ou óssea, então eu acho que esta cura é outra adaptação," disse Garshelis.

Durante a sua hibernação de inverno, a temperatura corporal de um urso negro é reduzida em até 7ºC e sua frequência cardíaca diminui drasticamente. Nos seres humanos, a baixa temperatura do corpo, ou condições que dificultam a circulação podem complicar seriamente a cicatrização de feridas.

Por esta razão, a equipe espera descobrir o mecanismo por trás das habilidades de cura notáveis dos ursos. "Nós consideramos que isso tem implicações para a pesquisa médica”, disse o professor.

"Se pudermos descobrir como os ursos se curam, esperamos que haja potencial para traduzir esta pesquisa para [estudos de] cicatrização humana."

Isso pode ser especialmente importante para o desenvolvimento de tratamentos de feridas em peles com baixa a cicatrização em desnutridos, hipotérmicos, diabéticos e idosos ou para reduzir cicatrizes associadas com queimaduras e lesões traumáticas. Com informações da BBC Nature.

Redação CicloVivo