- Publicidade -

Bienal de Arquitetura e mostra de arte são destaques do fim de semana

Último final de semana da bienal e programação especial na Mostra 3M de Arte. Confira tudo que vai rolar!

Mostra 3M
Ori, Defesas & Espadas – Obra de Rincon Sapiência | Foto: Karina Bacci

A 13ª Bienal Internacional de Arquitetura entra em seu sua último final de semana de atividades e traz atrações muito especiais para quem já foi ou ainda não visitou a Bienal. A exposição, em cartaz desde o dia 27 de maio, está no Sesc Avenida Paulista e no Centro Cultural São Paulo.

- Publicidade -

Destacam-se na programação deste último final de semana a conferência da arquiteta Florencia Sobrero, do Taller General, escritório de arquitetura do Equador no dia 17 de julho, 16h às 18h, no Sesc Avenida Paulista.

Confira a programação:

Roteiro 03 – Peabiru: descaminhos (IMS)

Ponto de encontro: IMS Paulista – Avenida Paulista, 2424 – Bela Vista, São Paulo – SP, 01310-300.

- Publicidade -

Travessias

As travessias em parceria entre a 13ª Bienal de Arquitetura e a exposição Daido Moriyama: uma retrospectiva, organizada pelo Instituto Moreira Salles, têm como objetivo promover aproximações entre a fotografia feita por Moriyama e o olhar para a cidade de São Paulo.

Casé Angatu é indígena e morador do Território Tupinambá em Olivença, na Bahia.

A caminhada começa na avenida Paulista, onde a exposição está em cartaz, provocando o olhar para a cidade através da fotografia, com inspirações no pensamento conceitual de Moriyama. Ao longo do trajeto seguinte, os participantes são convidados a conhecer a história do lugar e a criar suas próprias imagens. Peabiru foi uma das rotas dos povos nativos deste território que passava por São Paulo. Não por acaso, foi utilizada para assassinar e expulsar comunidades indígenas locais. Refazer essa caminhada representa a possibilidade de resgate de memórias esquecidas e resistências.

- Publicidade -

Abertura

Thyago Nogueira é curador e editor. Dirige o departamento de Fotografia Contemporânea do Instituto Moreira Salles e é editor-chefe da revista ZUM. É curador da Exposição Daido Moriyama: uma retrospectiva, organizada pelo Instituto Moreira Salles.

Daniele Queiroz é curadora-assistente de Fotografia Contemporânea no Instituto Moreira Salles. Fundadora da plataforma e grupo de estudos “A história é outra”, que estuda mulheres fotógrafas e metodologias decoloniais de aproximação à imagem. É assistente de curadoria da Exposição Daido Moriyama: uma retrospectiva, organizada pelo Instituto Moreira Salles.

Convidados:

Casé Angatu É indígena e morador do Território Tupinambá em Olivença (Ilhéus/BA) na Taba Gwarïnï Atã. Docente do Programa de Pós-Graduação em Ensino e Relações Étnico-Raciais da Universidade Federal do Sul da Bahia (PPGER-UFSB) e da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC/Ilhéus/BA) e pós-doutorando em psicologia na UNESP. É doutor pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP), mestre em História pela PUC-SP e historiador pela UNESP. Autor dos livros: “Nem Tudo Era Italiano – São Paulo e Pobreza na Virada do Século (1890-1915)” (2018), “Identidades Urbanas e Globalização: constituição dos territórios em Guarulhos/SP” (2006).

Georgia Niara É uma artista que visa, por meio da fotografia, rememorizar a imagem de corpos negros e corpos dissidentes, retomando a concepção de imagem na perspectiva da memória ancestral e decolonial. Por meio do audiovisual enquanto cineasta, e da educação enquanto educadora, pretende criar e disseminar novas narrativas como ferramenta de transformação social, e caminho para a busca pela identidade.

Domingo, dia 17 – último dia da Bienal– 16h às 18h

(Re)pensar as práticas – Florencia Sobrero (Taller General)

Local: Sesc Avenida Paulista – Avenida Paulista, 119, Bela Vista, São Paulo – SP, 01311-000. Retirada de ingresso com 30 minutos de antecedência.

Transmissão online no canal do IABsp no youtube

Conferência

No Taller General abordamos as nossas motivações ou preocupações pessoais por meio da arquitetura. Durante a conferência serão desenvolvidos dois temas. Por um lado, a questão de gênero, pois é um ponto de conflito que vivenciamos dia após dia, em um contexto ultra-hegemônico e patriarcal, como o campo do design e da construção. De outro, o deslocamento e a mobilidade humana enfrentados por milhões de pessoas em trânsito pelos países da América Latina, muitas vezes sem lugar para chegar ou ficar.

Arquiteta Florencia Sobrero, do Taller General, escritório de arquitetura do Equador

Cenários que nos levam a (re)pensar: quem tem a oportunidade de construir? Quais são as alternativas que temos, les arquitectes? Como você pode gerar uma contribuição para as comunidades em movimento por meio da arquitetura? A partir dessas questões, surgem os dias de construção participativa com perspectiva de gênero: Femingas, destinado a nós que nos encontramos deslocados, invisibilizados e confrontados com barreiras de acesso em termos de desenho, construção ou modificação espacial; e o Abrigo Temporário Humanx em El Juncal (fronteira norte do Equador) para pessoas em situação de mobilidade.

13ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo

Exposição:

Sesc Avenida Paulista

27 de maio a 17 de julho de 2022, terça a sexta, das 10h às 21h30, sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30.

Local: Arte I (5º andar)

Grátis

Sesc Avenida Paulista

Avenida Paulista, 119, São Paulo | Fone: (11) 3170-0800

Transporte Público: Estação Brigadeiro do Metrô – 350m

É necessário apresentar comprovante de vacinação contra COVID-19. Crianças de 5 a 11 anos devem apresentar o comprovante evidenciando uma dose, pessoas a partir de 12 anos, das duas doses (ou dose única), além de documento com foto para ingressar nas unidades do Sesc no estado de São Paulo.

Centro Cultural São Paulo –  CCSP

04 de junho a 17 de julho

De segunda a sexta, das 10h às 20h, sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30.

CCSP

Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso, São Paulo – SP 01504-000

Telefone: 11 3397-4002

Ancestralidade indígena é destaque no Ibirapuera

Em sua décima primeira edição, a Mostra 3M de Arte exibe produções expostas ao ar livre no Parque Ibirapuera, em São Paulo, que integram arte, história e pertencimento, através da perspectiva de quatro artistas convidados e dois selecionados via edital.

Durante o fim de semana de 16 e 17 de julho, a obra Quando Aqui Era Aqui, de Maria Thereza Alves, receberá uma programação especial, com um workshop ministrado por representantes do povo guarani, Ke´y Rusú Katupyry e Verá Poty Resakã. A atividade propõe o conhecimento da nomenclatura original da vegetação do parque, através de tópicos sobre oralidade, consagração, nomes e regência da voz.

Com curadoria de Camilla Rocha Campos, artista, escritora e co-diretora do Instituto 0101 Art Platform, onde promove experiências a partir da arte afrodiaspórica, e de João Simões, curador adjunto desta edição e também membro do 0101 Art Platform, as obras da 11ª Mostra 3M de Arte contemplam a temática Cor, Calor, Valor, que remete ao corpo, à emoção e memória de comunidades ancestrais e acontecimentos passados, e reflete sobre a questão histórica do tempo.

“Essa Mostra 3M de Arte é uma caminhada importante na afirmação da arte que pode ser ao mesmo tempo simples, comunicativa, lúdica e profunda. Os artistas trazem posicionamento social, colocando em poesia visual responsabilidades diárias de reivindicações de valores éticos, memória coletiva e o direito de compor o presente”, pontua Camilla Rocha Campos.

Mostra 3M
Quando Aqui Era Aqui – Obra de Maria Thereza Alves | Foto: Karina Bacci

“Esta edição dá mais um passo em seu processo de inovação permanente, sempre conectada com temas sociais urgentes, democratizando o acesso às artes e engajando talentos diversos”, afirma Luiz Serafim, Head de Marca da 3M, que patrocina a Mostra desde o seu início.

Dentre as obras apresentadas este ano, Quando Aqui Era Aqui é a resposta de Maria Thereza Alves ao convite da Mostra 3M de Arte. A partir da vegetação do Ibirapuera, a artista aborda a necessidade de entender a nomenclatura original desta flora, que carrega o nome de cientistas homens europeus em forma de homenagem, mas cresce em territórios indígenas, negligenciados pela sociedade. Para isso, serão colocadas 26 grandes placas mostrando os nomes das plantas em guarani.

“Este trabalho é uma oportunidade de aprendizado sobre os nomes das plantas antes da tomada dos territórios e da destruição de matas, e ainda é uma forma de repensar a colonização do Brasil”, pontua Maria Thereza.

Rincon Sapiência também é um dos chamados da mostraOri, Defesas & Espadas é a primeira escultura realizada pelo artista. Montada perto do Planetário, é uma pirâmide de três faces mascaradas, — destruidora, criadora e preservadora –, como símbolo forte de representação histórica, com espadas-de-são-jorge ao topo, significando a proteção da mente e conexão com a espiritualidade.

“A expectativa é provocar um diálogo com o público sobre a importância do cuidado com a saúde mental, sempre visando o engrandecimento e a reação das pessoas a partir de uma situação adversa. Quero trazer a mesma sensação que eu costumo passar com a música através da arte plástica”, comenta Rincon.

Mostra 3M
Obra Ori, Defesas & Espadas, de Rincon Sapiência | Crédito: Karina Bacci

A dupla Denise Ferreira da Silva e Arjuna Neuman apresenta Conjurando, instalação localizada às margens do lago do parque. Trata-se de uma vela de mais de 25 m², que entra em confronto com a paisagem do local, ligada diretamente ao Monumento às Bandeiras, de Victor Brecheret. Em colaboração com as coletivas Periferia Segue Sangrando, de São Paulo, e Mulheres de Pedra, do Rio de Janeiro, a obra é uma forma de confronto coletivo com a história do Brasil.

“A mágica do trabalho está no fato de a vela ser um objeto fora do lugar dentro da paisagem do parque, abrindo todas as possibilidades de chamar a atenção e tirando o foco do monumento, dos prédios e dos carros passando atrás”, afirma Denise Ferreira da Silva.

Mostra 3M
Conjurando, de Denise Ferreira da Silva e Arjuna Neuman | Crédito: Karina Bacci

Selecionado pelo edital, DUDX hasteia 13 bandeiras da comunidade LGBTQIA+ ao redor da Praça da Paz para compor Bibal, tornando o local um espaço de acolhimento e debate sobre identidade de gênero e sexualidade livre.

“Minha participação na Mostra é a tentativa de abrir espaço para falarmos sobre estes assuntos em um espaço tão conservador como o Ibirapuera”, comenta DUDX.

Mostra 3M
BIBAL – Obra de DUDX | Foto: Karina Bacci

De Simões Filho (BA), também escolhido via edital, Augusto Leal, busca despertar em O Jogo! reflexões sobre as relações de poder da sociedade e a operação do racismo no Brasil. A instalação de 36 traves de gol em madeira, em diferentes tonalidades, variando do branco ao preto, representa como o mito da meritocracia justifica a violência de corpos negros.

“Quero trazer, através da ludicidade, do imaginário e da interação, questionamentos sobre temas mais complexos”, afirma Leal.

Mostra 3M
O Jogo! – Obra de Augusto Leal | Foto: Karina Bacci

“Com estas obras e temas tão atuais e pertinentes, a Mostra 3M de Arte cada vez mais se firma como catalisadora de arte em espaços públicos, promovendo e ampliando debates urgentes na sociedade por meio da cultura”, comenta Fernanda Del Guerra, diretora da Elo 3 e realizadora da Mostra 3M de Arte.

Até 24 de julho é possível conferir gratuitamente a Mostra 3M de Arte no Parque Ibirapuera.

Parque Ibirapuera

  • De 25 de junho a 24 de julho
  • Horário: das 5h à meia noite
  • Av. Pedro Álvares Cabral – Vila Mariana
  • Classificação: Livre
  • Gratuita

Workshop Temity-rõ ha imburáhe’i – Plantas Atlânticas e Seus Cantos, com Ke´y Rusú Katupyry e Verá Poty Resakã

  • Oralidade que fala em silêncio;
  • Plantas, consagração e nomes;
  • A regência da voz: Cantos individuais.

Horário: 10h

Data: 16 e 17 de julho

Local: Obra Quando Aqui Era Aqui, de Maria Thereza Alves.