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Chuveiro elétrico, afinal de contas é vilão ou mocinho?

Após a Poli-Usp lançar os seus estudos sobre o chuveiro elétrico, as pesquisas repercutiram com muita polêmica, e algumas instituições questionaram a fidelidade dos estudos. Confira uma matéria que mostra os argumentos contrários a tal estudo.

Após publicarmos a matéria "Chuveiro elétrico, de vilão a mocinho". Alguns leitores comentaram que existiam pesquisas que contradiziam as pesquisas mostradas na matéria.

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Seguindo a sugestão dos leitores, nós estamos publicando uma matéria do site Ecohabitar Arquitetura. Confira abaixo a matéria publicada, questionando os estudos da Poli-Usp.

"A agência USP de notícias divulgou  as conclusões do estudo Avaliação do consumo de insumos (água, energia  elétrica e gás) em chuveiro elétrico, aquecedor a gás, chuveiro híbrido solar, aquecedor solar e aquecedor de acumulação elétrico, elaborado pelo Centro Internacional de Referência em Reuso de Água (Cirra) da Escola Politécnica (Poli) da USP. De acordo com os autores, o estudo enterra definitivamente a fama do chuveiro elétrico como vilão da conta de energia. A notícia repercutiu favoravelmente na imprensa inclusive naquela mais especializada e atenta ao tema. A explicação apresentada para a maior eficiência do chuveiro elétrico face aos outros sistemas em “competição” é o seu baixo consumo de água, ainda de acordo com o estudo, cujas conclusões mais detalhadas estão disponíveis no site do Grupo de Chuveiros Elétricos da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) que, aliás, apoiou a iniciativa. No entanto…

Em Abril do ano passado a mesma entidade havia já divulgado um relatório parcial sobre a pesquisa em causa anunciando os resultados do primeiro trimestre, idênticos aos de agora, antevendo idênticas conclusões e com uma cobertura mediática semelhante. Na época uma nota emitida pelo Instituto Vitae Civilis criticou fortemente a metodologia adotada no estudo afirmando mesmo que “a divulgação da informação com a parcialidade apresentada pelo grupo de pesquisadores é uma postura incompatível com os preceitos éticos que devem nortear a pesquisa acadêmica“. Esse assunto, na altura, foi também objeto de um post neste blog. Como consideramos os argumentos apresentados aínda válidos, repetimos alguns excertos:

 

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(…) se o fator ‘consumo de água’ é o que explica a diferença de custo do banho entre o chuveiro elétrico e o aqucedor solar, e se o estudo fixa vazões menores para o chuveiro elétrico e maiores para todos os outros equipamentos, é claro que nesta configuração os outros equipamentos apresentarão custos maiores para um banho de mesma duração (…)

(…) o estudo compara chuveiros elétricos de vazão baixa (média de 4 litros por minuto ao longo do estudo) com um aquecedor solar de vazão mais elevada (8,7 litros por minuto), sem sequer trazer uma nota de pé de página observando que existem no mercado chuveiros elétricos com vazões de entre 8 a 10 litros por minuto. Esta consideração seria importante porque, certamente, se o chuveiro utilizado no estudo fosse um destes, os resultados seriam bastante diferentes.(…)

(…) Não deixa de ser curiosa a escolha dos modelos de chuveiro utilizados. Para o chuveiro elétrico foi usado um modelo da Cardal denominado “compacta“. Para os outros tipos de chuveiro (aquecedor de passagem a gás, aquecedor solar e boiler) foi utilizado um outro modelo da mesma Cardal, este denominado Big Ducha (!). Ante a curiosa nomenclatura dos modelos, algum observador mais malicioso, sabendo quem encomendou o estudo poderia sugerir que o mesmo estaria viciado de início… (…) "

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Fonte: Ecohabitar Arquitetura