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Poluição química ultrapassou limite seguro para a humanidade, diz estudo

Plásticos, pesticidas, químicos, antibióticos e outras substâncias, colocam em risco a saúde do sistema terrestre.

Poluição química ultrapassou limite seguro para a humanidade, revela pesquisa
Foto: Marek Piwnicki | Unsplash

Existem cerca de 350.000 tipos diferentes de produtos químicos fabricados no mercado global. Estes incluem plásticos, pesticidas, produtos químicos industriais, produtos químicos em produtos de consumo, antibióticos e outros produtos farmacêuticos. Estas são todas entidades totalmente novas, criadas por atividades humanas com efeitos amplamente desconhecidos no sistema da Terra. Volumes significativos dessas novas entidades entram no meio ambiente a cada ano.

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Pela primeira vez, uma equipe internacional de pesquisadores avaliou o impacto na estabilidade do sistema terrestre do coquetel de produtos químicos sintéticos e outras “novas entidades” que inundam o meio ambiente.

Os 14 cientistas concluem na revista científica Environmental Science and Technology que a humanidade ultrapassou um limite planetário relacionado a poluentes ambientais, incluindo plásticos.

Poluição química ultrapassou limite seguro para a humanidade, revela pesquisa
Foto: Pixabay

“Houve um aumento de 50 vezes na produção de produtos químicos desde 1950. Isso deve triplicar novamente até 2050”, diz a coautora Patricia Villarubia-Gómez, do Centro de Resiliência de Estocolmo. A produção de plástico sozinha aumentou 79% entre 2000 e 2015, relata a equipe.

O ritmo que as sociedades estão produzindo e liberando novos produtos químicos e outras novas entidades no meio ambiente não é consistente com a permanência em um espaço operacional seguro para a humanidade.

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– Patricia Villarubia-Gómez

“A taxa em que esses poluentes estão aparecendo no meio ambiente excede em muito a capacidade dos governos de avaliar os riscos globais e regionais, e muito menos controlar quaisquer problemas potenciais”, diz a coautora Bethanie Carney Almroth, da Universidade de Gotemburgo.

Análise de “limites planetários”

Em 2009, uma equipe internacional de pesquisadores identificou nove limites planetários que demarcam o estado notavelmente estável em que a Terra permaneceu por 10.000 anos – desde o início da civilização. Esses limites incluem as emissões de gases de efeito estufa, a camada de ozônio, florestas, água doce e biodiversidade. Os pesquisadores quantificaram os limites que influenciam a estabilidade da Terra e concluíram em 2015 que quatro limites foram violados. Mas o limite para novas entidades era um dos dois limites que permaneciam não quantificados.

O conceito apresenta um conjunto de nove “limites planetários” dentro dos quais a humanidade pode continuar a se desenvolver e prosperar para as próximas gerações. | Gráfico em inglês: Stockholm Resilience Centre

Os pesquisadores dizem que há muitas maneiras pelas quais produtos químicos e plásticos têm efeitos negativos na saúde do planeta, desde mineração, fraturamento e perfuração para extrair matérias-primas até produção e gerenciamento de resíduos.

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“Alguns desses poluentes podem ser encontrados globalmente, do Ártico à Antártida, e podem ser extremamente persistentes. Temos evidências contundentes de impactos negativos nos sistemas da Terra, incluindo a biodiversidade e os ciclos biogeoquímicos”, diz Carney Almroth.

Plástico, o grande vilão

Poluição química ultrapassou limite seguro para a humanidade, revela pesquisa
A produção de plástico aumentou 79% entre 2000 e 2015 | Foto: Unsplash

A produção global e o consumo de novas entidades devem continuar a crescer. A massa total de plásticos no planeta é agora mais do dobro da massa de todos os mamíferos vivos, e cerca de 80% de todos os plásticos já produzidos permanecem no meio ambiente.

Os plásticos contêm mais de 10.000 outros produtos químicos, de modo que sua degradação ambiental cria novas combinações de materiais – e riscos ambientais sem precedentes. A produção de plásticos deve aumentar e as previsões indicam que a liberação de poluição plástica no meio ambiente também aumentará, apesar dos enormes esforços em muitos países para reduzir o desperdício.

Mudando para a economia circular

Os pesquisadores concluem que as atuais tendências crescentes de produção e liberação de produtos químicos colocam em risco a saúde do sistema terrestre. Os autores pedem ações para reduzir a produção e liberação de poluentes.

“Precisamos trabalhar para implementar um limite fixo na produção e liberação de produtos químicos”, diz Carney Almroth.

“E mudar para uma economia circular é realmente importante. Isso significa mudar materiais e produtos para que possam ser reutilizados e não desperdiçados, projetar produtos químicos e produtos para reciclagem e uma triagem muito melhor de produtos químicos para sua segurança e sustentabilidade ao longo de todo o caminho de impacto no sistema da Terra”, acrescenta Sarah Cornell, do Centro de Resiliência de Estocolmo.

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